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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Despilhado e Motorizado

“Moreno alto, bonito e sensual. Ele pode ser a solução dos seus problemas”, já dizia o poeta. Guilherme, também conhecido como Indiada, ou Indy para os íntimos, revela para os leitores do CC um pouco de seu perfil. Curitibano, torcedor do Atlético-Paranaense, estudante de jornalismo e amante de política e Vale Tudo (a novela, só pra esclarecer), o motorista do Uno duas-portas mais amado do Brasil arranjou um espacinho na sua agenda para receber nossa equipe de produção. Em uma entrevista exclusiva, Indy mostra toda sua irreverência e despilhadez.

Fala pra gente um pouco sobre ti, um curitibano perdido nos pampas.

Bom, deixa eu ver por onde eu começo. Acho que do começo né? Então, eu passei toda a minha vida, até parte da adolescência, pensando que ia viver pra sempre naquela cidade fria e organizada, que alguns insistem em chamar de CIDADE SORRISO. Mas dai meus pai transferiu a empresa dele pra cá, dai a gente veio morar aqui, nesses pampas igualmente frios. Mas eu me adapatei rápido, sabe? Gostei da cidade, das pessoas, e agora até fiz amizade com uma gente na FABICO, uns tais de despilhados. Mas eu ainda não sei se gosto muito deles, não.

Porto Alegre, teu novo lar, é agora a primeira cidade onde foi lançada uma campanha em prol do ateísmo. Qual tua opinião sobre o assunto?

Graças a deus lançaram uma campanha dessas, rs. Eu sou completamente a favor, independentemente de ser religioso ou não, e sim pela necessidade de um projeto que tente acabar com esse preconceito que ainda é muito forte num país católico como o Brasil, onde até os ateus falam 'meu deus' ou 'nossa senhora' quando se assustam com qualquer coisa.

Tu trabalhas na TV, acha que encontrou teu lugar, brilhando à luz dos holofotes?

Ah, o sucesso é um perigo né? Quando sobe à cabeça, caput, entãoم eu tento manter os meus pés no chão. Mas é difícil, às vezes, ganhando o saláio que eu ganho, além do acesso frenético dos fãs, todo dia eu descubro um novo fã-clube pra mim. Mas eu não sei se é o meu 'lugar', eu sempre gostei de impresso também, como 101 por cento das pessoas que entram no curso, então tenho vontade de trabalhar em jornal.

Como funciona a criaçمo de novas palavras (vide "caput" na resposta anterior), arte na qual tu és especialista?

Olha, é como diz o poeta: "a gente acaba acontecendo". Não tem uma regra específica, é mais uma questãoم de simplificar as palavras, juntar duas, ou vontade de mudar mesmo. Um pouco de vanguardismo é bom né? O Glauber aprova.

Como é fazer parte do blog? Prospecta que futuro para o projeto?

É uma piscina, mesmo. Muito legal, a ideia demorou UM POUCO pra sair do papel, mas tá sendo muito divertido fazer parte, é muito legal escrever sem o compromisso dos formalismos e tal. Parece clichê dizer isso, mas é justamente por termos total liberdade pra escrever da forma que acharmos melhor, que o blog tá dando tão certo.E o futuro é sempre uma coisa incerta né, mas eu prospecto um bem belo e pudínico pro blog mais amado do Brasil <3

Como foi a experiência de ser o editor-chefe mais amado do Brasil?

Foi um processo por muitas vezes árduo e periclitante, mas junto com a equipe, superamos todos os obstáculos. O resultado final foi o melhor possível: o telejornal foi sucesso de audiência e de crítica, e ainda dobraram o meu salário. Melhor impossível né?

Apesar da fortuna proveniente do telejornal, do trabalho como star e das fãs, tu pensas em trocar o amado Uno?

Nah. O é um mascote despilhado, tem muitas histórias pra contar. Uma época a Ferrari queria me patrocinar, e me ofereceram um modelo qualquer deles. E então eu falei: 'linda, mas não posso ir até Viamão, me roubam antes de chegar lá. Além do mais, não cabe todos os despilhados aqui' O uno é insubstituível.

Um cheiro?

De livro novo.

E, finalmente, a pergunta que não quer calar: Como é a tua relação com os atendentes da Livraria Cultura? Tu tens mesmo o cartão platina e é recebido com champanhe?

Ao contrário do que dizem por aí, não é diferenciada nem tão glamourosa assim, sem champagne nem bandinhas. Me tratam muito bem, até recomendei Nelson Rodrigues pra uma menina do caixa um dia desses, mas é só. O resto é lenda.

Um comentário:

  1. Maria Valeska Vasconcelos12 de julho de 2011 às 15:01

    Oi, Guilherme! Já li um livro chamado "Pega pra Caput"(com vários escritores gauchos: Moacir Scliar, LFV, e mais dois que não lembro).
    Tenho um Fiat Uno muito bonitinho também...
    E adóóro cheiro de livro novo.

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