Páginas

domingo, 3 de julho de 2011

Devaneios

Perde-se. Vira de um lado a outro. Encarna um verbo a cada minuto. Condena o azar a um relógio sem pilha. Dez pras duas, duas e três, três pras seis. Perde-se outra vez, mas, agora, ninando o sorriso na borda do martelinho na mesa. Te-qui-la. Te-quie-ro. Dança e fecha os olhos. Perde-se a forma, egana-se o fôlego e a folia. Casa-se no pouco que resta, velório é brinde. Aí indagam de quem são os lábios tímidos na lapela. Uma mentira rápida escrita na conta para que paguem. O breve-ofegante adeus.

Juliano Milo Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário