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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Evidência

Maria de Lourdes, vulgo Lurdinha, 25 anos, é presa por ter matado seu marido, um milionário 50 anos mais velho. No julgamento, entrega a seguinte carta como prova:

Senhores policiais:

Escrevo esta carta para dizer que me matei. Apesar de tudo provar em contrário, apesar do meu iate, minha cobertura em Punta, minha Ferrari, minha ilha no Caribe e meu conglomerado de empresas bem sucedidas, resolvi tirar minha vida. Deixo que tudo que possuo para Lurdinha, minha doce e amável esposa, meu amor, meu docinho de coco, meu tudo. Aos meus 6 filhos, não deixo nada, aquelas pestes.

Talvez cause espanto e levante suspeitas o jeito que resolvi morrer: quando Lurdinha estiver na cozinha descascando batatas, me atirarei de costas 14 vezes contra a faca, assim tirando a minha vida a facadas; esta sempre foi minha fantasia de morte. Lurdinha não tem nada a ver com isso, ela nunca faria mal a uma mosca. Mulher doce e adorável, a ela pouca importa os muitos milhões que herdará.

Se esta carta for encontrada apenas quando minha morte estiver sendo investigada e Lurdinha (que mulher, que pernas, que rosto!) estiver sendo suspeita de minha morte, asseguro que deixei esta carta escondida, minha esposinha em nada teve culpa, e nunca forjaria nenhuma carta minha. Usar lápis ou caneta é coisa de pobre, e é este o motivo pelo qual escrevo assim, digitando, não tem nada a ver com fraudes mal elaboradas.

Desejo também que ela seja feliz com outro homem, e o mais rápido possível. Se der, quero que ela fuja com o seu personal trainer para algum lugar paradisíaco onde sejam felizes e desfrutem do dinheiro que fiz como acharem melhor. A meu ver, isso não deve fazer com que suspeitas recaiam sobre ela. Este é meu ultimo desejo antes de ME MATAR.

Lurdinha é o meu amor, reitero que ela sempre me tratou bem, me amou, cuidou de mim e apenas se interessou por mim DEPOIS de saber meu sobrenome e minhas contas bancárias na Suíça e Ilhas Caiman. Reitero que eu me matei e mais ninguém tem nada a ver com isso.

Alberto de Campos Ferreira Costa Gama III

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